Trilhas, resenhas e afins

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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Resenha: Marvel's Daredevil 1a Temporada

por William Ribeiro
Quando eu era criança nunca me interessei por Demolidor porque não via muita graça no personagem, "Ele é um 'super cego', e dai?", eu pensava, e o que conhecia tinha visto nas histórias de outro herói Marvel que me chamava mais atenção e acompanhava com mais frequência, o Homem-Aranha. Aquele pensamento só acentuou, e MUITO mesmo, o sentimento que tive quando comecei a assistir o trabalho produzido em Marvel's Daredevil: "como pude ser tão idiota e ignorar esse incrível personagem antes?"
Mas o desconhecimento, mesmo motivado por um preconceito infantil, me mostrou que eu não estava preparado para este super herói e sua história naquela época, pois estes merecem ser vistos de uma ótica mais madura e esclarecida. Na série conceitos como certo e errado, bem e mal, conflitam em nossas cabeças quando os pontos de vista dos personagens justificam suas atitudes e temperamentos, cena a cena.
Em Marvel's Daredevil, Murdock (Charlie Cox) é um homem que perdeu a visão ainda criança quando salvou um idoso que seria atropelado por um caminhão que transportava produtos químicos. Ao ser atingido nos olhos pelas substâncias ficou cego instantaneamente, mas com o tempo seus outros sentidos se aguçaram de maneira sobre-humana, ganhando assim incríveis habilidades. Agora, de dia ele atua como advogado e a noite é um vigilante mascarado lutando contra o crime organizado.
Embora o personagem tenha surgido no mundo dos quadrinhos Marvel's Daredevil não é um seriado para crianças que gostam de ver roupas coloridas e acrobacias inacreditáveis (coisa que eu gostava tanto). Sua essência é construída em cima das preocupações de muitas sociedades contemporâneas, conflitos expostos e obscuros do ser humano, em uma realidade (muito idêntica à nossa) onde crimes, corrupção e violência alimentam o medo e a desesperança no coração das pessoas. Cansado de ver essa situação crescer em seu bairro, Matt resolve fazer algo à respeito.
Ele abre um escritório de advocacia junto com seu amigo de faculdade Foggy Nelson (interpretado pelo carismático Elden Henson) no bairro nova iorquino conhecido como Hell's Kitchen. Apesar da grande amizade Murdock nunca revelou suas habilidades a Nelson. Este nem desconfia que o mascarado espancador de marginais seja seu parceiro. Afinal, quem pode culpa-lo? Aos olhos de todos Murdock é apenas um deficiente visual.
Em sua primeira defesa eles conhecem a bela jovem Karen Page (Deborah Ann Woll) que está sendo acusada pelo assassinato de um colega de trabalho. Nelson e Murdock conseguem provar a inocência de Karen, mas o caso se revela uma tentativa de "queima de arquivo" da empresa onde ela trabalhava. Tudo integrado a uma extensa conspiração corporativa. Mais tarde ela se reúne à dupla como assistente e juntos eles iniciam uma investigação para descobrir quem quis incriminar a moça e porque.
Em paralelo testemunhamos também o surgimento do antagonista Wilson Fisk (Vincent D'Onofrio), outra figura paradoxal que luta (à sua maneira) pelo futuro de Hell's Kitchen, iniciando a estrada que o tornará conhecido por todo o submundo como Rei do Crime.
O elenco é sensacional em todas suas participações. Um detalhe importante que enriqueceu o roteiro é o fato de que várias cenas acontecem entre personagens de diversas nacionalidades. Vemos russos, latinos, asiáticos, e evidentemente norte americanos, interagindo tanto em inglês quanto em suas línguas naturais. E não falo de um diálogo que é iniciado por alguma expressão estrangeira e depois é trocado rapidamente pelo inglês. São cenas de conversação complexa e extensa que não se aprende com alguns dias praticando as mesmas palavras. A maior parte dos personagens-chave fala fluentemente uma língua estrangeira e isso torna o trabalho do ator muito rico e interessante, pois vemos que existe uma preocupação em mostrar uma interação natural.
As cenas de ação onde a pancadaria acontece são, como disse Erico Burgo do Omelete, de "nível Bourne". As sequências de golpes velozes em cortes secos de câmera aumentam ainda mais a violência. Uma coisa curiosa nesse seriado é que percebemos nitidamente a dificuldade que o protagonista enfrenta para derrubar seus adversários. Ele não possui força sobre-humana como a grande maioria dos super heróis. Nenhum dos criminosos cai fácil como antigamente. A Dificuldade é com "D" maiúsculo mesmo, pois o que sobra de Murdock, depois de uma noite em atividade como o "Mascarado de Preto", rende o gasto em dobro de muitas bandagens e suturas à Enfermeira da Noite (interpretada  Rosario Dawson).
Uma das minhas cenas favoritas é quando Murdock invade um cativeiro lotado de criminosos para resgatar um garoto que foi sequestrado pela máfia russa. A sequência não tem cortes (aparentes) e mostra, de uma maneira bem realista, como é o estilo do justiceiro lidar com bandidos. É sensacional tanto do ponto de vista técnico, pois a coreografia e os enquadramentos ficaram excelentes, quanto do drama porque o desenvolvimento e o desfecho foram perfeitos.
Outro personagem muito marcante no seriado é Ben Urich, vivido pelo ator Vondie Curtis-Hall. Urich é um jornalista veterano da mídia impressa que está tentando se ajustar aos novos tempos. Um investigador determinado e experiente que cobriu eventos importantes na história da cidade. Inclusive os acontecimentos mostrados no filme Os Vingadores (Joss Whedon, 2012).

Cenas de ação, personagens bem construídos, produção excelente. Tudo isso tornou inevitável a admiração que surgiu pela saga do advogado cego de Hell's Kitchen é também um vigilante implacável lutando para livrar sua cidade do crime organizado. É um seriado que abre caminho para muitos outros personagens Marvel com uma proposta mais densa e sombria.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

3OO: A Ascensão do Império

Por
William Ribeiro



No filme 300: Ascensão de um Império vemos o general ateniense Temístocles liderando seu exército contra o poderoso império Persa que ameaça dizimar toda a GréciaEssa sequência dialoga diversas vezes com os acontecimentos da Batalha das Termópilas, descritos no filme anterior do diretor Zack Snyder300, e aprofunda-se no passado de Xerxes, rei dos persas, que quer dominar a Grécia a qualquer custo. 

A produção é excelente e trás o visual que o primeiro filme usou para revolucionar a estética do nero 'batalhas épicas'A trilha sonora ficou por conta de Junkie LX, pseudônimo do dj holandês Tom Holkenborg, que trouxe de volta em novas harmonias a mistura de orquestra sinfônica, distorções pesadas de guitarra e percussões vigorosas mixadas por Tyler Bates, o compositor do primeiro longa. 

Aqui no Brasil o trailer promocional do filme traz o clássico War Pigs da banda Black Sabbath. Já lá fora outras versões levaram os trabalhos de Jo BlankenbugImperatrix Mundi, e Audiomachine com Blood and Stone. Material  diferente, entretanto, também, de qualidade sonora.

O superprodução de Snyder foi uma adaptação da hq 300 de Esparta, de Frank Miller, que por sua vez foi inspirado em fatos históricos descritos pelo historiador e geógrafo grego do século V a.C, Heródoto. 


300: Rise of An Empire Original Motion Picture Soundtrack, 2014 
Junkie LX



William Ribeiro é estudante de Rádio e Televisão, fissurado em Sci-Fi e trilhas sonoras de cinema.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A Vida Secreta de Walter Mitty (2013)

Ah, como seria bom ter um bordão interessante para iniciar esses posts. Já estava pensando em "olá" de novo. Será que algum dia eu consigo criar um? Bem, é melhor parar de sonhar, parar e começar a escrever. Aliás, é exatamente isso que A Vida Secreta de Walter Mitty nos mostra: "Pare de sonhar, comece a viver".
Walter Mitty é um homem que trabalha no monótono departamento de revelação de filmes numa grande revista. Com uma extrema falta de autoconfiança e uma vida sem realizações ele constantemente se vê mergulhado em sua imaginação sonhando o tipo de pessoa que gostaria de ser encarando situações que vão do 'suportando o chefe-imbecil' ao 'como chamar o possível amor de sua vida pra sair?'. Ao descobrir que a editora onde trabalha se tornará on line e que o negativo com a foto de capa da edição impressa final sumiu, Walter tem que contrariar sua natureza introvertida saindo pelo mundo, arriscando a vida em situações inusitadas, seguindo pistas do fotógrafo-aventureiro que estaria com o material, numa jornada que vai mudar sua vida.

Dirigido e estrelado por Ben Stiller (Vizinhos Imediatos de 3º Grau, 2012), o filme traz à tona, ainda que só por alguns momentos, um pensamento que todos nós esquecemos e até mesmo ignoramos ao longo do anos, e que na certa é o "primeiro passo" no caminho da felicidade: o de que a "vida é feita para ser vivida".

Todo o álbum é muito bom e traz novos talentos (ao menos pra mim) e artistas já bem conhecidos como David Bowie, na faixa de Space Oddity com a cantora Kristen Wiing;  Jack Johnson, cantando Escape 'The Pina Colada Song'; Mas o destaque com certeza vai para as faixas de José González da banda Junip. Step Out é uma música sensacional!

A trilha escolhida, uma mistura de folkindie e rock alternativo, foi muito bem mesclada no transcorrer da história e cumpriu majestosamente a função de trazer para o espectador as emoções que o sr. Mitty estava redescobrindo. 

Então, deem o primeiro passo ao som de The Secrete Life of Walter Mitty [Original Motion Picture Soundtrack] (2013) da Universal Republic.



William Ribeiro é estudante de Rádio e Televisão, fissurado em Sci-Fi e trilhas sonoras de cinema.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Frankenstein Entre Anjos e Demônios (2014)

Olá, amigos e amigas, amantes de trilhas sonoras cinematográficas e seriados. Após perceber o grande hiato criado desde a última postagem no ano passado tomei vergonha pra retomar o trabalho que iniciei aqui.

Sobre a história (no original I, Frankenstein) vemos que não passa de mais um filme para se jogar no canto do hall das produções geradas por qualquer margem de lucro, sem respeito nenhum pelos personagens clássicos (nesse caso a criatura de Mary Shalley), espectadores e fãs mais envolvidos.

Quanto ao score, concluí que o subproduto não é nada muito diferente do original em si em termos de "melhor" ou "pior" (a exemplo de outros casos onde acabamos gostando mais da trilha que o próprio filme). As músicas "Trouble" e "Misgiving" da banda By Maker (ambas com a participação de Geno Leonardo e Daniel Davies integrantes do Filter e Year Long Disaster, respectivamente) são destacadas como tema e traduzem um pouco do que esperar de todo o resto do disco já que ele é quase inteiramente composto por faixas dessa joint venture sonora.


Daí então surge a pergunta: se o filme é tão ruim e a trilha não caiu longe da árvore por que diabos você está postando sobre ele aqui? É simples, Frankenstein: Entre Anjos e Demônios é um filme horrível, mas se encaixa na definição "casos onde gostamos mais da trilha do que do filme".

Frankenstein: Entre Anjos e Demônios leva o selo da Lakeshore Records.



William Ribeiro é estudante de Rádio e Televisão, fissurado em Sci-Fi e trilhas sonoras de cinema.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

John Williams - Mestre


"Perfil: John Williams" escrito por Jorge Saldanha do blog Score Track News.

Um excelente texto sobre a carreira do grande mestre John Williams, criador de trilhas sonoras extremamente marcantes como Tubarão, Jurassic Park, Superman, Guerra nas Estrelas, entre muitas e muitas outras.

Segue o link: http://migre.me/gsPJ7



William Ribeiro é estudante de Rádio e Televisão, fissurado em Sci-Fi e trilhas sonoras de cinema.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Gravity - Steven Price


Perturbadoramente sensacional. Apenas assim consigo definir essa excelente produção do diretor Alfonso Cuaron. Nunca na história do cinema vi algo parecido com o clima desesperador em que as cenas de Gravidade (Gravity, EUA, 2013) nos mergulha.

É surpreendente e angustiante perceber como lá em cima, no espaço, cada uma de nossas decisões estreita rapidamente a distância entre a vida e a morte.

Completando essa incrível experiência está a trilha sonora de Steven Price que nos transporta majestosamente para o turbilhão de sensações e emoções que a Dr.ª Ryan Stone, personagem interpretada por Sandra Bullock, passa ao longo do filme.

O elenco ainda conta com George Clooney.


William Ribeiro é estudante de Rádio e Televisão, fissurado em Sci-Fi e trilhas sonoras de cinema.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Homem de Aço por Hans Zimmer

Por
William Ribeiro




Em sua inauguração a página Sonoras não poderia deixar de recomendar a trilha desse que foi um dos filmes mais aguardados de 2013, O Homem de Aço (Man of Steel) do diretor Zack Snyder.



A produção do filme gerou grande expectativa nos fãs já que se tratava da reinvenção do super herói mais popular do planeta e com Hans Zimmer tal responsabilidade não poderia ter sido diferente, pois o último e épico tema cinematográfico fora criado por ninguém menos que John Willians, o Pai de todas as trilhas, sendo entoado até os dias de hoje como um hino nacional dos heróis.



Zimmer já orquestrou em temas como as partes 2, 3 e 4 da franquia Piratas do Caribe, no surpreendente A Origem do diretor Christopher Nolan e também reinventou para o cinema a trilha sonora de outro popular combatente do crime dos quadrinhos, O Cavaleiro das Trevas, também de Nolan. Atualmente trabalha na trilha de O Espetacular Homem-Aranha 2 que está previsto para 2014.


William Ribeiro é estudante de Rádio e Televisão, fissurado em Sci-Fi e trilhas sonoras de cinema.